Chegamos aos alimentos processados, a terceira categoria descrita no Guia Alimentar para a População Brasileira. Como podemos deduzir, esses alimentos passaram por etapas de elaboração, não estão mais na forma in-natura. Mas são ainda processos simples! De forma geral, quando vemos um alimento processado podemos reconhecer o alimento in-natura.
Alguns exemplos são compotas e geleias de frutas; conservas de legumes; peixes e carnes secos; e também queijos e pães.
São feitos a partir de alimentos in-natura acrescidos de sal, açúcar, óleo, vinagre, e ainda etapas de cozimento, secagem, fermentação, preservação por meio de salmoura, defumação… São alimentos que podemos fazer em casa de forma artesanal.
Contudo, os alimentos processados também podem ser desenvolvidos pela indústria! E nesse caso o processamento tem as finalidades de aumentar conservação e sabor. Ou seja, a indústria não vai medir esforços (e nem gordura, sal e açúcar!) pra que você goste muito do sabor deste alimento, e que ele dure bastante na prateleira. Ainda, a indústria utiliza ingredientes de qualidade inferior aos que escolhemos em casa – por exemplo gordura hidrogenada ao invés de manteiga ou óleo prensado à frio.
A recomendação de consumo é que estes alimentos sejam limitados, utilizados como ingredientes de preparações culinárias (ex. quejo para gratinar ou rechear) ou como acompanhamento da refeição (ex. fermentado de repolho, ou atum na salada). Esse consumo deve ser em pequenas quantidades, lembrando que a base da nossa alimentação deve ser de alimentos in-natura e minimamente processados (veja aqui quais são esses alimentos).
E qual o problema em consumir excessivamente os alimentos processados?
Principalmente, o processamento altera desfavoravelmente a composição nutricional destes alimentos. E isso acontece mesmo que sejam feitos de forma artesanal!
Quando comemos uma geleia de morango estamos consumindo mais açúcar, menos água e também menos nutrientes quando comparamos ao morango in-natura. O processamento dos alimentos aumenta a concentração dos ingredientes culinários processados: sal, açúcar, óleo e gordura (saiba mais sobre os ingredientes culinários aqui).
A adição de sal e açúcar é muito maior do que o consumido em preparações culinárias caseiras. Isso aumenta a densidade calórica da refeição, e contribui para o desenvolvimento de doenças crônicas – doenças cardiovasculares, obesidade, etc.
Além disso, o processamento dos alimentos altera também sua estrutura. Não é uma alteração tão significativa (e nociva) como a que vemos nos alimentos ultraprocessados (tema do próximo post), mas a digestibilidade não é a mesma. O alimento fica mais complexo (tem mais ingredientes e etapas), o que dificulta a digestão. E digestão difícil é sobrecarga para nosso sistema, e também o começo da formação de biotoxinas.
Tem muita gente aí vivendo à base de pão e queijo! Deliciosos, mas se predominam na alimentação temos realmente uma pobreza do ponto de vista nutricional e também da vitalidade. Precisamos dos cereaisnão processados e seus energéticos carboidratos; das leguminosas e suas proteínas; das frutas, verduras e legumes com suas vitaminas, minerais, fibras e inúmeros nutrientes… E precisamos da vitalidade e frescor dos alimentos in-natura e minimamente processados!