Nessa semana que passou conversei com uma paciente sobre um aspecto essencial quando falamos de estilo de vida e alimentação. Aperfeiçoar o plano B. E quem sabe aperfeiçoar o C e o D…

Tudo começou com ela me contando de um sintoma desagradável, que tinha a ver com o tratamento. Conversamos para lembrar do que antecedeu ao sintoma. Aliás, esse é um dos ganhos em se fazer um Mapa Menstrual (tema do curso que estou lançando) – trazer atenção e insight para a saúde, o corpo, emoções e os hábitos. Pois bem, descobrimos que a semana anterior havia sido de muito cereal, muita farinha, e poucos legumes, frutas e verduras em geral.

A grande questão aqui é que nessa semana a pessoa estava com pouca disponibilidade para cozinhar, e estava realmente escolhendo alimentos mais fáceis de preparar. Ela estava conscientemente no plano B.

Isso já aconteceu com você, saber que está em um período de “piloto automático”, que não está afim de cozinhar, ou de fazer atividade física, ou de não seguir um certo esquema que é habitual pra você?

Como gosto de dizer, essa é a vida real. Teremos vários períodos assim, podemos até contar com eles! E talvez essa semana nem fosse de Plano B, mas de Plano C, sendo uma volta de férias, com geladeira e congelador vazios… A questão aqui é conhecer seus hábitos, seus esquemas, e suas tendências, e poder seguir cuidando o mínimo quando precisar descuidar.

Será que podemos então atualizar o plano B? Porque haverão semanas em que não vai dar vontade de cozinhar, ou de fazer seu esquema habitual.

Mas veja, não estou aqui com o intuito de botar mais pressão! O contexto é do cuidado em saúde – um sintoma desconfortável, diretamente ligado ao ponto principal do tratamento, que se repetiu pela 2a vez, e que surgiu após a semana do ‘modo piloto automático’, a semana do Plano B, que vai acontecer outras vezes porque essa é a vida real.

Ou seja, lapidar o plano B é importante para ela, e para todas nós nas questões que nos são sensíveis.

Podemos pensar em estratégias que sejam práticas e prazerosas. Porque em uma semana de piloto automático, a gente não quer mais pressão, e nem algo que não seja fácil e minimamente gostoso para atender as necessidades de saúde e autocuidado.

Para essa pessoa, fez sentido pensarmos em algumas sementes e frutas, pois não é muito fã das folhas. Para mim, que tenho uma boa digestão, vegetais crus (cenoura; tomatinho cereja; salada de folhas – para o prazer, tempero com azeite, limão e sal!) e frutas são minha âncora em semanas de desconexão com a alimentação. Pizza e salada, sabe como é?

Trouxe esse caso como exemplo para a gente aplicar na nossa realidade, que pode ter outras nuances, ou pode envolver outro tema do autocuidado (movimento, descanso, tempo, etc.).

Quando você precisa flexibilizar o autocuidado, que ponto importante fica de fora?
Como você pode aperfeiçoar isso de forma gentil com você mesma, com prazer, ainda ‘fazendo o mínimo’?

Como você recebe esse convite? Consegue pensar nisso sem sentir que é mais uma pressão?